segunda-feira, 6 de abril de 2009

Memórias Poéticas

Mais algumas...

Perguntas
Em que tom de azul você repousa ?
Qual o gosto do seu sonho ?
Deixe-me prová-lo
Por quais rios de ébano sua mente navega ?
E o que você encontra ?
Sonhos mortos ?
Idéias perdidas e que choram ?
Amores adormecidos ?
Um véu de noiva esquecido ?
Quando você chega ao fim da estrada o que encontra ?
Quando sua estrada termina você senta e descança ou procura um novo caminho ?
O que você faz quando a noite cai ?
Em que você pensa quando sonha ?
Ou você não pensa ?
Passa o tempo com os olhos fechados encarando a escuridão
Apenas isso ?
Quais são os primeiros pensamentos que você tem ao acordar ?


Bruxa
A névoa que embaraça a mente
É como o orvalho derretendo ao sol

Caminha pelo túnel escuro, negro como a noite
Ouvindo pequenos passos cruzando a estrada de ferro

A velhinha mexe seu caldeirão sem fundo
De dentro o cheiro doce de chiclete e guaraná

Dentro e dentro da mente, feche os olhos
E escute os pequeninos roendo a sua garganta
Querendo gritar, querendo surgir...

Cuspa pra fora os pequeninos
Brancos, olhos raivosos rubros
Vestindo azul, vermelho e branco

Uma multidão pulando pelo trilho
Sincopados numa mesma marcha
O velho líder quer você em sua cartola
Ele os faz desaparecer

Ria quando ele sumir na névoa da noite sonhadora
Olhe no espelho, grite pra ela sair dali

Olhe de novo e veja os dedos vermelhos e gigantes
como caramelos de morango com chocolate salpicado
E seu cabelo de sorvete que derrete junto a luz das lâmpadas do túnel.

Sinta seu estômago rachar em pedacinhos
Sendo roído, e que delícia
Sendo transformado em pequenos esquilos de camisas vermelhas

Dentro de você eles brigam
Esquilos de vermelho e pequeninos brancos pelo controle de seu corpo

Todos batidos com açucar e caneça no caldeirão
da velha dona de seu sonho.

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