segunda-feira, 6 de abril de 2009

Os Nove

Criei essas nove poesias baseando-me no livro "A Divina Comédia"


A Mais Brilhante das Luas no Céu
Eu vejo, no céu escuro e sem nuvens
Um par de asas cortadas vagando melancólicas
Ele ora dentro de moléculas
Ele pede liberdade

Quando percebo que as asas se foram
Eu me pergunto que lugar é esse
Igual a qualquer lugar, só que diferente

Pelas ruas asfaltadas, eu vejo homens carregando seus carros
Macacos conduzindo seres, humanos ?
Que loucura é essa, um asilo de sonhos

Ao norte o vale se encontra com o que outrora em chamei de cidade
O vale é silencioso borbulham flamas
Apenas os sonhadores e os desencarnados
Caminham por esses caminhos

Eu prefiro seguir a leste e entrar em alguma gruta calcária
e tentar entender os problemas em que me meti.

No escuro, e no silêncio, eu começo a sentir
o trepidar das rochas, que são rachadas de dentro pra fora
E do alto, trazendo a luz da superfície
Eu vejo

Vindo de uma caverna úmida,
Cruzando os 7 palmos
O fantasma do não batizado me chama
Me ajude, a escapar do limbo - ele grita.


Venus Apaixonada
Abra as portas do Eden

Proclame a nova Gênese
Começe a pregar um novo Evangelho
Escrito com pó de estrelas e hidromel
Glória a casa de Olímpia
Saúde os templos afrodisíacos

Vamos lá
Aproveitar
O sabor da música
Eu te convido a sessão de amor

Homens nus lambem as virgens
Penetram seus corpos com a lascivia dos pecadores
Corpos cheios de semen
Cuspindo a depravação

Veja a loirinha com olhos faiscantes
Tão verdes.
Ela quer você.
Ela quer seu sexo dentro de sua boca

Dentes brancos roçando, roçando

A seu lado observe o banquete
Pele quente e macia
A sua frente, veja a bela deusa de ébano
Seios reverberam seu desejo, os quadris imploram sua boca

Não seja tímido
Sua mãos procuram as formas perfeitas de sua alma
Então,
Chega a ruiva e sua amiga morena
Duas ninfas hedonistas

Elas te beijam
Elas te acariciam
Elas te devoram

Você está mais perto dos reis antigos
o arcanjo gargalha
A mão aperta, arranha
dedos investigam o santuário
sua umidade

Sinta a brisa do verão,
deliciosa
A ruiva o beija
A morena se oferece
E você explode

Sete homens para uma só mulher
Não a esperança, não a salvação
Sangue, entre vinho tinto e pão torrado
Seios mordiscados, sexos violados
Sodoma lhe brinda
Gomorra te aplaude
No reino de Afrodite.


Luciferium
Seis balas no tambor
Uma a uma elas vão caindo
Só quero uma
Uma só
Direto na têmpora

Uma morte rápida
Pouca dor
Não a dor
Não a balas
Não a morte

Vamos brincar, no deserto avermelhado
Morte no bode, ofereça sua carne a mim
Deite-se com as ninfas.
Você vai gostar !
Vai ter prazer !
Explore seus corpos !
Toque a pele branca !

Bem vindo, doce pecador,
divirta-se aqui.

Na cama do arcanjo
você é minha puta
Na terra dos leprosos
você é só mais uma ferida.

Sucubus, sucubus
Sua noiva no inferno
Baco, querido Baco
Bem vindo a seu túmulo

Não tente, hedonista, fugir
Não conseguirá, filho do bacante
Salvação de mim
Meu tridente , vou afiar
E esperar sua chegada.

Por favor, não demore
Eu estou com tanta fome

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